Oportunidades e transformação da indústria editorial

12 2017 | 24a edição
Texto/Jasper Hou

A indústria dos media tradicional funciona como parte essencial da cadeia das indústrias culturais e criativas. Nos dias de hoje, quando se aborda a questão dos media tradicionais, a indústria está convencida que as estações de TV, rádio, agências jornalísticas e revistas encontraram o seu ponto de estagnação. Com a queda dos media tradicionais, os novos media estão a crescer a uma velocidade supersónica, à medida que os meios de difusão de informação tais como a internet, os smartphones, as plataformas de live streaming e as novas tecnologias como a realidade aumentada emergem e estão na moda. É sem dúvida urgente para os media tradicionais encontrar uma forma de se transformarem e se adaptarem à nova era. Tanto o público em geral como a indústria dos media começaram a debater sobre como encontrar um novo caminho para os media tradicionais. Desta vez, o “Destaque” convidou os representantes das três instituições desta indústria locais, Phoenix Skypescape, SD MEDIA e ZA Magazine, para falar sobre o seu percurso empreendedor e discutir sobre a transição industrial dos media aqui em Macau.


ZA Magazine    SD MEDIA


Phoenix Skyscape

 

Skyscape é uma emblemática revista local que lida com temas relacionados com marcas de moda, estilo de vida, etc. Esta publicação tem sido testemunha do rápido crescimento económico de Macau, após a antiga colónia portuguesa voltar para a posse da China. Na década passada, a Skyscape tem crescido ao ritmo de Macau. O presidente da Skyscape, Paul Ao Ieong, estava a trabalhar para a Phoenix Television antes de embarcar numa viagem empresarial e começar a Skyscape. Paul inspirou-se na sua experiência na Phoenix Television e decidiu construir uma revista de uma marca local de Macau. “Na altura, Macau não tinha muitos canais de media generalistas. A maioria das publicações apenas lidava com política. Tinham um aspecto tradicional e entediante. Então pensei em criar a minha própria marca, focada no estilo de vida em Macau e com um público-alvo de classe alta. Também quero que seja uma plataforma que possa contar as histórias de todas as pessoas bondosas e simpáticas de Macau,” disse Paul.

 

Uma media Três-em-um

 

No presente, muitas firmas dos media tradicionais, tais como os jornais, estão em declínio à medida que a indústria como um todo está em recessão. Mas será a transição para o digital a única solução para estes media tradicionais? “Muitos acreditam que as perspectivas da indústria editorial são fracas. Mas isto não significa necessariamente que a indústria tradicional irá eventualmente desintegrar-se. A realidade é que os mais fracos serão eliminados e os mais fortes conseguirão sobreviver. E vale a pena realçar que os media da internet são mais focados na eficiência. Isto faz com que as pessoas se esqueçam do conteúdo que lêem depressa. Em contraste, uma revista de qualidade é como um museu, onde expomos formalmente o conteúdo,” comentou Paul. No caso da Skyscape, a marca da revista não se limita à publicação tradicional. Agora está a caminhar em direcções diferentes em simultâneo. Por exemplo, a Skyscape também oferece um serviço de organização de eventos para os seus clientes, enquanto expande activamente a sua plataforma de networking social para atrair mais clientes. Além disso, a Skyscape acredita que a estratégia três-em-um seria a linha-mestra geral para os media tradicionais no futuro. A marca espera integrar a publicação tradicional, a Internet e os media móveis num formato único de plataforma três-em-um. Posto isto, a plataforma irá oferecer os seus conteúdos em papel e em formato de vídeo, disponíveis online e offline. Ao criar este novo formato, a Skyscape pode levar o seu conteúdo ao público por vários canais. É por isso que a Skyscape consegue manter-se firme quando deparada com grandes desafios por um ambiente dos media em mudança.

 

A economia cultural e criativa detém oportunidades

 

Nos ultimos anos, o governo de Macau tem promovido o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas de forma proactiva, na esperança de poder vir a fundir estas indústrias com o sector turístico. Na verdade, estas indústrias já se tornaram num motor económico para muitas economias e mercados pelo mundo fora. Macau, por seu turno, já tem um grupo de profissionais competitivos destas indústrias, mas a cidade precisa de uma oportunidade real para colocar tudo em andamento. Este é o motivo que levou Paul a querer estabelecer uma plataforma que pudesse servir como plataforma de comunicação para as indústrias culturais e criativas que consigam estabelecer o diálogo com outras indústrias. A organização sem fins lucrativos recentemente estabelecida, Associação de Económica e Cultural & Criativa Fénix Celestial, foi criada para apoiar indivíduos talentosos neste mesmo sector. A associação planeia organizar diferentes eventos para ajudar indivíduos e organizações nestas indústrias a estabelecer contacto. Muitos profissionais conhecidos e membros dastas indústrias da associação serão recursos essenciais para os trabalhadores das indústrias culturais e criativas de Macau. A subsidiária da associação também reúne um grupo de talentos da indústria cinematográfica, incluindo realizadores, guionistas, produtores, etc., e detém um conjunto de guiões de qualidade. Com a ajuda da associação, os investidores poderão vir a encontrar projectos adequados para investir, beneficiando tanto o investidor como o criador de conteúdos. “Ainda existe uma margem muito grande de crescimento para o mercado cultural e criativo, com um grande potencial em vários aspectos. É por isso que precisamos de formar uma cadeia industrial para fazer destas indústrias mais volumosas e consistentes,” disse Paul.

 

Cultivando talentos futuros para a indústria dos media em Macau

 

No presente, Macau já possui um conjunto de empresas mediáticas que realizaram a transição com sucesso. Este grupo de empresas é relativamente jovem. De acordo com Paul, é verdade que estas equipas jovens têm ideias mais criativas quando comparadas com agências tradicionais. A Skyscape também tem uma equipa jovem, com uma média de idades abaixo dos 30. Paul afirmou que dá mais atenção às ideias que originam nestes jovens talentos, já que os mesmos podem gerar inovações para a revista. “Os trabalhadores da indústria dos media mais antigos estão a reformar-se. É altura da geração mais nova tomar o controlo e começar uma nova era em Macau,” disse Paul.

 

Enfrentando desafios com crenças firmes

 

Como líder spiritual da Skyscape, Paul irá sempre porporcionar feedback aos seus colaboradores. Paul e a sua equipa trabalham em conjunto e acabaram por trazer a Skyscape a um nível superior em termos de publicação e inovação cultural. A revista está em ascensão, como uma fénix. Por fim, Paul reafirmou que não são os contactos que fazem uma marca crescer, mas o mercado. Tendo esta crença em mente, Paul continuará a liderar a Skyscape, um dos maiores actores na indústria dos media em Macau, a prosperar e a enfrentar os desafios do futuro sem medo.