SD MEDIA

12 2017 | 24a edição
Texto/Jasper Hou

Phoenix Skyscape   ZA Magazine


Muitos encaram Sophie Lei como uma mulher de negócios dura, que na realidade tem um coração sentimental e sensível, e uma paixão por design. Sophie já era empresária antes de começar a trabalhar na indústria dos media. Em Macau, acredita-se que ela representa o exemplo perfeito de uma transição na indústria dos media. Há oito anos, Sophie cruzou-se com uma equipa de produção de revistas e acabou por se juntar a eles para construir uma marca local chamada SD MEDIA, pela sua paixão pela indústria dos media.

 

Um modelo colaborativo que retém talentos

 

A SD MEDIA era originalmente gerida por uma equipa profissional. Mais tarde, porém, a firma deparou-se com falta de dinheiro, o que podia ter sido o fim da mesma. Sophie viu a oportunidade e decidiu adquirir a equipa para construir uma agência de media característica de Macau. Durante o processo, também ocorreu a Sophie que existe uma real falta de talentos em Macau, e que para prevenir a perda dos mesmos, devia ser adoptado um modelo colaborativo. “Todos têm o seu talento. Existem editores talentosos com uma experiência rica na indústria dos media. Eu, por outro lado, posso dar-lhes melhores recursos, como contactos e fundos, etc. Nós colaboramos e fazemos a empresa funcionar,” disse Sophie. Aquando da fundação da equipa, cada empregado detinha acções da empresa, fazendo com que todos fossem accionistas. Logo, existe um interesse natural em tornar a empresa melhor e trazer ideias de desenvolvimento construtivas. Isto criou uma base sólida para o desenvolvimento da SD MEDIA.

 

Aprender a respeitar, a primeira lição das indústrias culturais e criativas

 

Durante a entrevista, a Sophie não interveio no processo de filmagem. Ela confiou a entrevista à equipa de filmagem, ao acreditar na sua experiência, e esperou que a camera capturasse as suas diferentes facetas. Isto mostra o seu respeito pelos trabalhadores da indústria. Nenhuma ideia criativa pode ser concretizada quando há uma falta de respeito pela arte da indústria. A SD MEDIA funciona como uma empresa de media independente sem financiamento externo, mas consegue ainda assim crescer em Macau. Uma razão para o sucesso da SD MEDIA é que toda a gente na equipa respeita pessoas com criatividade. Do ponto de vista de Sophie, o respeito deve ser demonstrado às pessoas que têm mais experiência. Se todos puderem aprender a respeitar a criatividade e as pessoas que a têm, as indústrias culturais e criativas desenvolver-se-ão melhor.

 

Posicionamento claro, esforçar-se para o desenvolvimento da indústria

 

Os jovens conseguem aceitar coisas novas com rapidez, e têm ideias únicas acerca de muitas coisas. Hoje em dia, os media tradicionais e as indústrias culturais e criativas desenvolvem-se em torno da procura da geração mais jovem. Para penetrar num mercado mais alargado, os media tradicionais têm de se manter actualizados em relação às tendências. Além de se posicionar para um público mais jovem, a SD MEDIA, desde o início, colocou o seu foco em cobrir informações relativas a estilo de vida local, especialmente notícias de eventos e actividades promovidas por empresas de capital estrangeiro. Isto trouxe fama à SD MEDIA. “Há oito anos, muito poucas pessoas sabiam sobre eventos e promoções como o festival da cerveja, a festa do vinho e buffets, etc., em Macau. Alguns residents perdiam-se nos centros comerciais dos casinos. Então lançámos o nosso negócio na altura certa,” disse Sophie.

 

Revista grátis e oportunidades de negócio infinitas

 

Depois de tomar conta da SD MEDIA, Sophie percebeu que o custo de publicação poderia vir a exceder os lucros, dado que Macau é um mercado pequeno. Porém, o mercado de jornais e revistas de Macau tem uma norma muito particular que é de pessoas tenderem a obter as publicações de forma gratuita. Mesmo que a revista custasse MOP 20, o mercado seria sensível a isso. É por isso que a SD MEDIA decidiu no final fazer o seu produto gratuito. “A SD MEDIA só necessita de realizar lucro do negócio da publicidade, e assim podemos concentrar-nos mais no conteúdo. Quando criamos conteúdo de qualidade, podemos contactar potenciais anunciantes. Não precisamos de nos preocupar com as vendas da revista e a questão da reciclagem, etc,” disse Sophie. A estratégia de Sophie demonstrou a sua eficácia, já que Macau é um mercado relativamente pequeno e algumas revistas que emergiram na mesma altura que a SD MEDIA desapareceram realmente depressa.

 

Transformação do modelo de negócio e expansão para o mercado do Interior da China

 

À medida que os novos media se desenvolvem, a SD MEDIA também procura activamente melhorar o seu negócio e abranger um mercado maior. Além de desenvolver uma aplicação móvel, a SD MEDIA também começou a disponibilizar um serviço de um único ponto de contacto para organização de eventos. Na opinião de Sophie, organização de eventos requer gosto e qualidade. Mesmo em espaços limitados como um café ou biblioteca, cada centímetro deve ser totalmente utilizado e o design deve adequar-se ao público. “Muitos clientes dirigiram-se a nós para planear exibições comerciais, festas privadas, etc., porque confiam nas nossas capacidades, que conseguimos identificar o que busca o público-alvo correctamente e dar uso total do espaço. O nosso profissionalismo faz com que cada evento, grande ou pequeno, possa ter o retorno máximo,” afirmou Sophie.

 

Ao mesmo tempo, a SD MEDIA está a expandir-se no mercado do Interior da China, tendo assinado acordos de cooperação com vários media conhecidos. Sophie vê que o mercado no Interior da China possui um potencial ilimitado, já que a procura de informação e o público são muito maiores. Do meio urbano às aldeias rurais, há muitos tipos de público no mercado do Interior da China, o que significa uma procura por informação diferente, e logo, as empresas criativas e culturais de Macau podem procurar expandir-se do Interior da China e assim, crescer.