Amor Macau──Perspectiva do mercado de arte luminosa de Macau

02 2018 | 25a edição
Texto/Jasper Hou

O Festival de Luz de Macau chegou à sua terceira edição em 2017. Contrastando com as edições anteriores, que contaram com equipas de produção estrangeiras, o evento deste ano foi concebido pela primeira vez por uma equipa de Macau. O conceito de design é de natureza mais local, e os elementos de histórias de “amor” que foram adicionados transmitem ainda um significado especial. James Chu, um dos coordenadores do projecto e director de exposições do Centro de Design de Macau, vai partilhar connosco a experiência na preparação do Festival de Luz de Macau e as histórias por detrás do mesmo. 


Arte luminosa com “Amor” no seu núcleo


A equipa foi composta por talentos de design locais, incluindo designers, artistas performativos, dançarinos, bandas, músicos, artistas de exposição, totalizando mais de uma centena de criadores locais. “Os artistas locais estão mais cientes das características e das histórias de Macau, partilhando mais entendimento comum com a comunidade local. Mais importante ainda, eles têm uma grande paixão pela cultura, pela história, e mesmo por cada rua de Macau”, disse James. 


Com o tema “Amor Macau”, James acredita que o amor é uma essência reconhecida pela maioria dos residentes. “Este ano, Macau sofreu danos com a passagem do tufão Hato, por isso esperamos expressar diferentes formas de ‘amor’ através da arte de luz fascinante”, explicou ele. Neste sentido, o design em diferentes atracções turísticas também pretendia transmitir as histórias de amor. Por exemplo, as instalações de luz na Freguesia de S. Lázaro contaram a história da Calçada da Igreja de S. Lázaro, apresentando o “amor” implicado na “Misericórdia e Amor para Todos”. Por sua vez, os jogos interactivos de luz no Anim’Arte NAM VAN recordaram o “afecto entre amigos”. Os designers dedicaram inúmeros esforços para apresentar as histórias de amor num formato sincero. 


As dificuldades por trás do sucesso


Falando do conceito do projecto, James disse: “O Centro de Design começou já a pensar sobre o tema e o design do Festival de Luz de Macau desde a sua primeira edição, esperando apresentar arte luminosa extraordinária aos residentes e visitantes. Sendo encarregados da organização do evento da presente edição, muitas ideias nossas tiveram finalmente a oportunidade de ser concretizadas este ano”. 


Haver um trabalho preparatório suficiente é um factor importante para uma realização altamente eficiente do projecto. Porém, James admitiu que o tempo curto de preparação e produção foi uma das dificuldades com o qual a equipa se deparou. A produção de luzes, o ensaio, a interpretação do efeito, a comunicação e a modificação tiveram de ser completados dentro de dois meses. Além disso, foi preciso fazer uma boa coordenação entre todos os designers e satisfazer as suas necessidades tanto quanto possível. Ao mesmo tempo, a equipa também tiver de tomar em consideração as restrições de orçamento e as questões do fornecimento eléctrico. Nem todas as caixas de electricidade de todas as zonas estavam aptas a fornecer a potência necessária ao equipamento, por isso precisou de arranjar formas de redireccionar potência suficiente num curto espaço de tempo. 


Promovendo o talento local e quebrando as restrições da indústria


O Centro de Design de Macau formou um grupo de designers locais de arte luminosa. “O envolvimento constante deles em vários projectos de produção luminosa e o facto de que tiveram hipótese de participar em competições de design de luz internacionais, alcançando resultados excelentes, fez-me acreditar muito que a equipa local de Macau tem a capacidade de realizar o evento”, disse James. 


Entretanto, James considera que para a arte de luz se tornar numa indústria competitiva, não somente se deve contar com as ideias e os trabalhos dos designers, mas também com a cooperação técnica e equipas de produção maduras. No entanto, é este tipo de talentos profissionais de que Macau tem falta, e esta carência deve-se directamente ao pequeno mercado e à baixa procura no território. Para quebrar estas restrições, precisamos de promover vigorosamente as equipas de design locais. “É verdade que as regiões vizinhas, tais como Hong Kong, Shenzhen e Taiwan, lideram a indústria do design na Ásia. Porém, também existem designers de arte luminosa extraordinários em Macau. Temos de promover os designers locais para que comerciantes de outras regiões possam ver a capacidade real destes talentos, ajudar a criação de bolsas de contacto e a atrair mais investidores estrangeiros para investir no mercado de design de Macau. Isso é algo que o governo precisa de ter em conta no futuro”, afirmou James. 


Arte luminosa, de significado extraordinário


Do ponto de vista de James, a arte luminosa adequa-se a residir e desenvolver-se em Macau. As ruas de Macau são estreitas e a herança cultural encontra-se por todo o lado na cidade, pelo que as pessoas conseguem andar facilmente de um ponto turístico para outro. Aproveitar a vantagem destas características de Macau, conhecida como uma cidade que nunca dorme, também pode transformá-la numa “cidade de romance”. 


No futuro, o Centro de Design de Macau irá utilizar recursos limitados para fazer o seu melhor em cada projecto. Tal como este Festival de Luz, James e os designers locais demonstraram conjuntamente as melhores obras de arte aos residentes e turistas. Além disso, o Centro de Design de Macau também servirá como intermediário para apresentar os talentos de design locais a fabricantes e agências do exterior, recomendando empresas de design locais adequadas a interessados estrangeiros para ajudá-las a expandirem-se para o exterior.