Macau, graças à sua história secular de amálgama de culturas chinesa e ocidental, é uma cidade rica em preciosos patrimónios culturais e arquitectónicos, como se fosse um museu ao ar livre. A quinta-essência da característica secular desta pequena cidade reside aí mesmo, nas suas colecções museológicas. A fim de apresentar a riqueza do acervo dos museus de Macau, o Instituto Cultural e a empresa Meet Culture inspiraram-se nas colecções do Museu de Macau e do Museu de Arte de Macau e desenvolveram os primeiros produtos culturais e criativos dos museus locais. Segundo a empresa Meet Culture, os produtos têm vindo a vender-se com facilidade desde o seu lançamento em Março, inclusive com alguns modelos quase esgotados, prova de que os recursos museológicos de Macau são um negócio com grande potencial de desenvolvimento. Tendo isso em vista, sugere-se que as autoridades aprendam com as práticas das regiões vizinhas e analisem a viabilidade da disponibilização da PI de algumas peças museológicas perante a solicitação permanente pelos sectores cultural e empresarial, de modo a injectar uma visão inovadora no acervo clássico e fazer sobressair o seu maior valor cultural.
Extração de elementos das colecções
Incorporação nos produtos populares
O desenvolvimento do projecto de produtos culturais e criativos museológicos é da responsabilidade da fundadora e directora comercial da empresa Meet Culture, Miquelina Hoi, e do fundador e director de design da empresa, Ken Ho. Segundo os fundadores, antes, a marca da empresa focava-se no mercado turístico, pelo que os produtos tinham uma dimensão pequena e portátil. No entanto, como era a primeira tentativa e os produtos culturais e criativos se destinavam, igualmente, aos consumidores locais, optaram por ser mais discretos no planeamento dos produtos, seleccionando os géneros mais populares, como por exemplo as bases para copos e a fita-cola de papel, como orientação principal da investigação e do desenvolvimento. Ao mesmo tempo, em sintonia com o ambiente cultural e artístico do próprio museu, e tendo em conta a conveniência geográfica dos consumidores locais de Macau, lançaram, agora, produtos de maior dimensão como as pastas de documentos.
Uma vez definidos os tipos de produtos, começaram, com os dois maiores museus de Macau—o Museu de Macau e o Museu de Arte de Macau, à procura dos recursos de peças adequadas. Durante o processo de selecção da colecção, constataram que o acervo do Museu de Arte de Macau possuía uma gama de cores mais rica e, assim, se alinhava com a estética dos consumidores modernos, enquanto o Museu de Macau é caracterizado por uma história longa, cujo acervo apresenta uma variedade de cores mais neutra e modesta, o que torna complicada a interpretação directa do acervo em certos produtos. Por esse motivo, ajustaram-se e tentaram extrair elementos florais ou padrões das relíquias culturais para os desenhar e depois os incorporar nos produtos.
Miquelina Hoi (à direita) e Ken Ho (à esquerda) são os responsáveis pela investigação e desenvolvimento dos produtos culturais e criativos Foto cedida por Cora Si
Produção em massa de quinhentas peças de cada produto
Exigência com a sistematização e a resistência da embalagem
Tendo em consideração as opiniões do pessoal do museu, selecionaram, no final, uma série de peças representativas como alvos de investigação e desenvolvimento, incluindo: desenhos de George Chinnery, conceituado artista britânico que residiu em Macau; vasos de porcelana em forma de pera moldados no forno imperial do reinado do imperador Hongwu da dinastia Ming; leões de cerâmica Shiwan; e porcelana kraak. Ao todo, produziram 18 tipos distintos de produtos culturais e criativos, divididos em cinco séries, entre as quais há marcadores de livros de metal perfurado, pastas de documentos, bases de cerâmica para copos, fita-cola decorativa washi e lenços de algodão. De cada produto, foram produzidas 500 peças.
Uma vez definidos os produtos, o passo seguinte seria a embalagem. Os produtos culturais e criativos seguem a particularidade dos produtos antigos da empresa, com ênfase na unidade e na integração da forma de embalagem, de modo a que os consumidores possam distinguir visualmente, a olho nu, as diferentes séries de produtos e as suas texturas. Como os produtos se vendem principalmente através de máquinas de venda automática, durante o processo de investigação e desenvolvimento, foi dada especial atenção à resistência da embalagem, para assegurar que os produtos ainda estivessem intactos quando saem das máquinas de venda automática
Ken Ho, responsável pelo design, disse que era difícil transformar directamente algumas das colecções em produtos culturais e criativos, por isso tentou extrair os elementos e redesenhá-los. Foto cedida por Cora Si
Bases para copos e marcadores de livros com maior popularidade
Blind box e as potencialidades do modelo de papel tridimensional
Desde Março, os produtos de museu têm estado disponíveis em máquinas de venda automática em mais de 10 locais em Macau, entre os quais o Museu de Macau e o Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, que dedicaram “máquinas exclusivas” à venda das séries, sendo que a loja de lembranças do Museu de Arte de Macau também abriu uma secção especial para a exibição e venda dos produtos. Após cerca de um trimestre de observação, Miquelina Hoi nota que metade das vendas dos produtos é atribuída aos consumidores estrangeiros e a outra metade aos locais, o que indica a atracção dos clientes locais pelos produtos. Os artigos mais vendidos são as bases para copos e os marcadores de livros, dos quais apenas poucos restam em stock.
A julgar pela resposta do mercado, Miquelina Hoi e Ken Ho acreditam que o êxito dos produtos culturais e criativos de museu alcançou as expectativas. Numa fase posterior, pretendem sugerir às autoridades que o desenvolvimento dos produtos possa aumentar a interacção com os consumidores, tais como o blind box, que tem sido muito procurado pelo mercado nos últimos anos, e o modelo de papel tridimensional, um dos produtos mais vendidos da marca da própria empresa, “MEEET”. A longo prazo, esperam que as autoridades possam aprender com as experiências dos museus nas regiões vizinhas e considerar a viabilidade de disponibilizar a PI de algumas peças às permanentes solicitações do sector cultural e criativa, bem como tentar alargar os canais de venda de produtos, de modo a encorajar mais empresas da indústria a entrarem no mercado e tornar próspero e florescente o sector da cultura e da criatividade museológicas de Macau.
Miquelina Hoi (à esquerda) é a responsável pela comercialização e vendas e aconselha Ken Ho (à direita) sobre a qualidade e design da embalagem Foto cedida por Cora Si
Reflexão das estratégias empresariais em plena pandemia
Desenvolvimento paralelo dos mercados de Macau e do Interior da China
Devido à recessão do mercado turístico por causa da pandemia, a empresa Meet Culture, que costumava focar-se nos produtos turísticos, está a apostar de novo no mercado local. Para além dos produtos de museu, a empresa também colaborou, durante a pandemia, com empresas fabricantes de máscaras e de cartões de autocarro, lançando produtos destinados aos residentes de Macau. Participou activamente em vários projectos de remodelação das marcas locais, com o objectivo de consolidar o mercado local de Macau. Quanto aos produtos turísticos, a empresa planeia, ainda, expandir a sua pegada para o Interior da China. Revelou que iria instalar, este ano, máquinas de venda automática de produtos turísticos em Qingdao para vender, com o conceito central da marca, produtos turísticos especiais da cidade.
Para mais informações sobre as especificações dos produtos e respectivos preços e locais de venda, assim como das colecções dos museus, podem consultar as páginas electrónicas do Museu de Macau (www.macaumuseum.gov.mo) e do Museu de Arte de Macau (www.mam.gov.mo).
O editor da empresa redige vários artigos promocionais para cada produto a fim de aprofundar o conhecimento do público sobre as colecções Foto cedida por Cora Si
Página de Facebook da empresa:
MEEET: www.facebook.com/meeetmacau