As indústrias culturais e criativas têm vindo a tornar-se numa parte importante de várias economias mundiais. Neste número, analisamos a situação destas indústrias em três mercados asiáticos – Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong.
A Coreia do Sul é actualmente uma potência no que diz respeito à exportação cultural na Ásia e tem sido objecto de vários estudos em todo o mundo. De acordo com dados publicados em 2010 e 2011 pelo Ministério da Cultura, Desporto e Turismo da Coreia do Sul, os “Jogos” foram o sector das indústrias culturais e criativas que mais contribuiu em 2009 para a economia sul-coreana – com uma participação de 50,89 por cento – e também o mais lucrativo. Seguiram-se os sectores do “Conhecimento e Informação”, “Publicação” e “Animação”. A área que apresentou uma menor participação foi o “Cinema”, seguindo-se a “Publicidade”.
No entanto, Agnes Lam, Directora Assistente da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, acredita que estas classificações poderão vir a alterar-se no futuro, principalmente devido à influência do K-Pop, mesmo que neste momento o sector dos “Jogos” domine a tabela. Além disso, a importância do “Conhecimento e Informação”, “Publicação” e “Animação”, que inclui os e-books, aponta para que a importância da internet e das indústrias digitais continue a crescer.
O governo de Taiwan começou em 2009 a redefinir a direcção do sector das indústrias culturais e criativas – em particular de seis indústrias. Dados avançados pelo Conselho para os Assuntos Culturais nesse mesmo ano revelam que, em 2002, o valor das indústrias culturais e criativas totalizou 435 mil milhões de dólares de Taiwan (TWD), subindo em 2007 para 633 mil milhões de TWD. Entre 2002 e 2007, as indústrias culturais e criativas cresceram em média 7,78 por cento ao ano, enquanto o PIB taiwanês cresceu 3,7 por cento. Em termos de valor acrescentado, em 2002 estas indústrias contribuíram em média cerca de 231 mil milhões de TWD para a economia de Taiwan. Em 2007, o valor totalizou 335 mil milhões de TWD, uma subida de 104 mil milhões.
Em Hong Kong, dados oficiais revelam que, em 2010, o valor das indústrias culturais e criativas aumentou 22,8 por cento em relação ao ano anterior para 77 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD). A taxa de crescimento foi significativamente mais veloz do que a taxa de crescimento do PIB nominal – 9,8 por cento. A participação das indústrias culturais e criativas no PIB de Hong Kong também aumentou de 4,1 por cento, em 2009, para 4,6 por cento, em 2010. Para perspectivar a situação a longo prazo, podemos ter em conta a taxa de crescimento das indústrias culturais e criativas entre 2005 e 2010, que subiu em média 8,3 por cento ao ano, relativamente aos 4,6 por cento do PIB nominal.
“Como revelam estes dados, os vizinhos de Macau têm feito um bom trabalho no desenvolvimento das indústrias culturais e criativas. Isto demonstra que, numa era em que a economia se baseia no conhecimento, a cultura é um indicador importante para medir a competitividade, e o valor comercial das indústrias culturais e criativas é crucial para estimular o soft power”, diz Agnes Lam.