O fundador do Fong Fo, Zhu Jianlin, estudou pintura a óleo na Academia de Belas Artes de Guangzhou. Em 2013, começou o zine mensal Fong Fo com o seu colega de escola Fung Waiging. O Fong Fo custa apenas RMB1. Esta publicação incrivelmente acessível atrai criadores de conteúdo a contribuir com peças de ficção, ensaio, poesia e ilustração. Não há tema específico para a edição mensal do Fong Fo. Também não há design de composição formal. O conteúdo é exibido a cru no Fong Fo. Actualmente, o Fong Fo pode ser encontrado em Guangzhou, Pequim, Xangai, Hong Kong, etc., atingindo mais de dez cidades e pontos de venda. Além de publicar edições mensais, o Fong Fo é também parceiro de exposições de galerias de arte.
Fazer zines para preservar os seus próprios trabalhos
Zhu Jianlin formou-se numa escola de arte. As artes influenciaram muito Zhu e os seus colegas de escola. “Todos nós sentimos que é muito agradável fazer algo consistente e regularmente”, diz. “Quero preservar as obras de arte de alguma maneira.” É por isso que Fong Fo foi criado. “No começo, estávamos a vender os zines por via de algumas lojas de conveniência perto da nossa escola. Era uma pequena aldeia. Depois, expandimos lentamente os nossos canais de vendas para restaurantes de sushi, bares e livrarias”, refere. Alguns estabelecimentos comerciais que vendem o Fong Fo têm também uma voz e ambiência próprias. Zhu espera que um zine possa levar os leitores a um espaço especial e experimental. É como se, quando eles estão a ler zine, mergulhassem num novo mundo.
O Fong Fo não pretende tornar-se uma marca de revistas tradicional. Tem como objectivo preservar a arte. “Apenas um ano depois de começarmos a fazer o Fong Fo é que soubemos da existência da palavra ‘zine’”, diz Zhu.
Apelo a criadores de conteúdo que desejam contribuir com conteúdo durante um ano
O zine mensal Fong Fo começou por ser uma publicação de dez páginas no começo. Agora o zine oferece 50 páginas aos leitores a cada mês. Todos os trabalhos do Fong Fo são contributos directos dos criadores de conteúdo. “O Fong Fo tem uma condição básica para colaboração, que é a de trabalharmos apenas com criadores dispostos a contribuir com conteúdo durante um ano”, diz Zhu, explicando porque é que o Fong Fo tem esta condição. “Mantivemos a paixão e o interesse em fazer os zines Fong Fo. Então, naturalmente, queremos encontrar pessoas que partilhem ideias semelhantes e sejam consistentes no que estão a fazer.” Neste caso, os criadores de conteúdo que continuem a contribuir para o zine serão pessoas que realmente gostam do Fong Fo, diz.
Zhu gosta de fazer os zines Fong Fo. “Não há um propósito específico em fazer zines Fong Fo. Ter uma série de pessoas a trabalhar num projecto já é a melhor parte”, refere.
O desafio está na impressão e encadernação dos zines
O número mensal do Fong Fo custa RMB1. “Considerando o método de pagamento e o modo como o zine é entregue, RBM1 é o preço mais adequado para os consumidores”, diz Zhu, apontando que estes provavelmente comprarão o zine se este custar apenas 1 yuan. Mesmo que se arrependam depois de comprar, não há grandes danos para eles, acrescenta Zhu. Na equipa do Fong Fo, Zhu é responsável pelo serviço de publicidade, responsável por encontrar anunciantes e facilitar a negociação. “O Fong Fo tem três espaços de publicidade por cada número, com cada um deles a um preço de RMB50. Por cada edição vendida, o agente de vendas receberá cinquenta centavos”, explica Zhu, dizendo que o dinheiro da prestação de serviços de publicidade pode cobrir o custo do papel. “Na verdade, não temos um limite definido que especifique que só poderá haver três espaços para anúncios. E somos bastante abertos em relação ao conteúdo dos anúncios.”
Quando questionado sobre os desafios que encontraram na produção de zines, Zhu revela que imprimir e encadernar os zines consome muito tempo durante o processo de produção. “Estamos a usar impressoras domésticas a jacto de tinta. Portanto, a eficiência da impressão é menor do que a das impressoras profissionais”, diz Zhu. “O escritório do Fong Fo é basicamente a minha casa e a minha fábrica.”
Exposições de arte, outro lado do Fong Fo
O Fong Fo foi lançado em 2013. Durante os seus seis anos no activo, a marca publicou 72 números no total. Além de lançar números mensais, a equipa do Fong Fo também organiza ocasionalmente exposições com galerias de arte. “Começámos um departamento de cinema e televisão responsável pelo planeamento de exposições e as suas produções relevantes”, diz Zhu. Em 2015, Call Me Arthistory, de Zhu Jianlin, Fung Waiging e Shi Yijie, foi exibido no Shaanxi OCAT Contemporary Art Terminal. Este ano, em Abril, o Fong Fo trabalhará com o Bard College (EUA) numa nova exposição chamada “Fong Fo: Extra”. “Um zine é uma exposição em papel. Somos um grupo de artistas que querem preservar as obras de arte e a arte. Foi por isso que fundámos o Fong Fo e é por isso que queremos continuar a fazê-lo”, conclui Zhu.
Artistas recomendados:
Tehching Hsieh (Taiwan)
Lee Kit (Hong Kong)
Chen Tong (Interior da China)
Elaine W. Ho (Hong Kong / EUA)
Fong Fo
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