Localizado na Vila da Taipa, o ROOFTOP MACAO (ROOFTOP), com um ano de existência, tornou-se uma loja online obrigatória. Atraiu a atenção dos órgãos de comunicação locais e dos líderes de opinião influentes, bem como de turistas do interior da China, da Coreia do Sul, etc.
ROOFTOP já foi um espaço de habitação. Posteriormente, foi alugado por dois rapazes da geração de 90 que queriam dar-lhe um toque aconchegante. Como tal, plantaram tantas plantas verdes no telhado que quase o transformaram num “paraíso terrestre”.
Fazer e vender roupas: a principal fonte de receita
Rafaelo Hall e Justin Yeung sabiam o que era iniciar um negócio antes mesmo de se licenciarem. “Queríamos ter o nosso próprio negócio quando ainda estávamos na universidade, pelo que decidimos confeccionar e vender roupas”, contam. Todavia, depois de alugarem um espaço num edifício industrial, perceberam que a propriedade era mais um fardo às suas costas. Assim, decidiram livrar-se do espaço físico e transferir o negócio para a internet. Um ano depois, encontraram finalmente o espaço de negócios adequado às suas necessidades e abriram o ROOFTOP.
ROOFTOP é um café boutique composto por roupa e por utensílios domésticos, mobília, acessórios, produtos culturais e criativos exclusivos e com estilo. Quando questionada sobre o negócio, a dupla revelou que, até agora, fabricar e vender roupas tem sido a principal fonte de receita, pois a venda dos artigos da loja revela-se bastante limitada. Na verdade, eles só a mantêm para diversificar o negócio.
Escolher café consoante a preferência do cliente
A razão pela qual eles poderiam sobreviver só do negócio de roupas é a qualidade das mesmas. “Os clientes podem perceber a boa qualidade das nossas roupas só pelo toque do tecido. Os tecidos que usamos não são muito diferentes dos utilizados pelas grandes marcas, mas os nossos produtos são mais acessíveis”, explicam. Quanto aos demais artigos da loja, a maioria é importada do Japão. Quando encontram algo de que realmente gostam, entram em contacto com as marcas e os artesãos japoneses por e-mail ou outra via online para comprar as suas criações e colocá-las à venda no ROOFTOP. Os artesãos locais de Macau podem vender as suas obras no ROOFTOP mediante aluguer ou consignação.
O café é outra importante fonte de receita do ROOFTOP. “O nosso café, como nenhum outro, é feito de grãos cuidadosamente escolhidos e misturados. Quando descobrimos que mais de 80% dos nossos clientes eram estrangeiros, preferindo café mais forte, ajustámos um pouco o sabor. E mantivemo-lo até agora”, revelam.
Acolher actividades culturais e artísticas não é tarefa fácil
Os clientes podem não apenas tomar café no terraço como participar de uma variedade de actividades culturais e artísticas, caso da “Música ao Anoitecer” ou do “Curso de Caligrafia Ocidental”, entre outros. Não é, porém, fácil acolher estas actividades. “Ao convidarmos artistas, descobrimos que os seus cachets são mais altos do que esperávamos; mas quando os artistas querem alugar os nossos espaços, muitas vezes não podem pagar a taxa de aluguer. Torna-se muito difícil encontrar um equilíbrio. Uma vez tivemos um concerto no terraço em que o organizador era um amigo nosso dos tempos da faculdade. Então, em vez de cobrarmos taxa de aluguer, apenas exigimos que todos os participantes comprassem café”, recorda Justin.
O potencial imprevisível da internet
Quase 80% a 90% dos clientes do ROOFTOP são estrangeiros, assinalam Rafaelo e Justin. “A maioria dos turistas sul-coreanos conhece a nossa loja graças à Direcção dos Serviços de Turismo do governo de Macau, uma vez que quase todos chegam cá com uma brochura em coreano com o logótipo destes Serviços. Já os turistas do interior da China encontram-nos sobretudo através de redes sociais como Dianping e Xiaohongshu, e a maioria dos clientes locais ouve falar de nós por meio de líderes de opinião influentes de Macau”, concluem.
Embora o ROOFTOP nunca se tenha preocupado em abordar os meios de comunicação para tentar uma oportunidade de entrevista, recebeu diversos pedidos nesse sentido após ter participado no projecto Taipa Village. “A Taipa Village irá convidar jornalistas para de vez em quando visitar as lojas que fazem parte do projecto. Fomos informados de que organizações de media e bloggers de Hong Kong e Xangai fariam uma visita à nossa loja em breve”, explicam.
Acerca do negócio cultural e criativo
Acerca da indústria cultural e criativa em Macau, ambos revelaram não considerar o mercado local favorável. “Todos pensam que o negócio do café tem uma margem alta, mas quantas chávenas precisamos de vender para pagar o aluguer? E se quisermos servir comida temos de solicitar outra licença (Licença de Restauração e Bebidas), que custa cerca de MOP600.000, o que aumenta drasticamente o custo”, explicam. A quem quiser abrir um espaço cultural e criativo, deixam a sugestão: nunca seguir a multidão, fazer a sua própria matemática e estar ciente das perdas e dos ganhos.
ROOFTOP MACAO
Horário: 11:30-20:00 (Domingo a Terça-feira, Quinta-feira); 13:00-22:00 (Sexta-feira e Sábado)
Morada: Rua Correia da Silva, n.º 49, Taipa, Macau
Website: www.rooftopmacau.com
