Pin-to Livros

04 2018 | 26a edição
Texto/Jasper Hou

Livraria Slow Tune   Livraria Wan Tat


A livraria Pin-to Livros, situada na Rua de Coelho do Amaral, n.º 47, reentrou em funcionamento em Julho de 2017. Após uma integração de recursos, a nova livraria combinou a antiga com a loja Pin-to Música. Segundo Anson, o dono da livraria, uma livraria tradicional deve ser um local destinado à comunicação entre as pessoas por intermédio de livros, sendo seu propósito organizar mais actividades culturais para interagir com a comunidade e lhe dar vitalidade, já que a nova livraria, que se situa na zona antiga da cidade, fica mais próxima dos moradores de Macau.

 

Criar por nós mesmos o nosso próprio espaço de leitura

 

Anson estabeleceu a livraria Pin-to Livros em 2003, com três amigos de diferentes áreas. “Como eu trabalhava na livraria Eslite de Taiwan, tenho conhecimentos sobre a publicação e funcionamento de livraria. Naquela altura, percebemos que as livrarias existentes em Macau não satisfaziam a nossa necessidade de livros, especialmente os de desenho artístico e de ciências humanas, que eram difíceis de encontrar, por isso, tivemos uma ideia de criar, por nós mesmos, um espaço de leitura que satisfizesse a nossa própria necessidade”, revelou Anson.

 

A maior característica da livraria Pin-to Livros é vender principalmente livros de design e de ciências humanas. Anson acha que é bom dar ênfase a determinados tipos de livros numa livraria com espaço limitado. Para os consumidores que têm necessidade de certos tipos de livros, as grandes livrarias parecem ter tudo, porém, sendo difícil escolher o mais desejado. Temos como alvo um pequeno grupo de clientes no território que tem necessidade de um determinado tipo de livros, isto pode gerar uma atracção especial.”

 

Interagir com a comunidade para lhe dar vitalidade

 

Após a reabertura, a Pin-to Livros transformou-se de uma livraria dirigida a clientes frequentes na área turística para uma livraria comunitária. “A nossa intenção da nova livraria é criar uma relação mais estreita com a comunidade. À medida que os jovens tornam-se mais activos na comunidade e já se estabelecem várias lojas destinadas aos mesmos, decidimos tornar a livraria mais atraente para os mesmos, a fim de estabelecer uma relação interactiva com eles”, mencionou Anson.

 

Além disso, Anson espera que a livraria Pin-to Livros, como uma entidade cultural de Macau, possa relacionar-se amplamente com os leitores, as lojas em redor e a comunidade. Paralelamente, este empresário destacou a necessidade de fazer uma aliança com as diversas lojas na comunidade, o que não apenas gera benefícios comerciais, mas também permite uma interacção entre diversos sectores, dando vitalidade à comunidade. “Não cabe exclusivamente ao Governo vitalizar a comunidade. Nós, como comerciantes, também devemos agir por iniciativa própria”, reforçou.

 

Organizar actividades para adicionar mais elementos culturais à livraria

 

Quanto ao impacto que os livros e as revistas electrónicos produzem nas livrarias tradicionais, Anson considera que o grau de impacto em Macau não é sincronizado com o de outras regiões, por causa da sociedade, da economia e da cultura de região onde as livrarias se situam. “Nos últimos anos, as livrarias independentes têm surgido em Inglaterra, nos EUA e em demais regiões do mundo. Será que esse facto reflecte um aumento de pessoas que gostam de ler livros de papel? Além disso, há sempre um grupo de apoiantes de livros de papel e de livrarias tradicionais no território, e o número tem continuado a crescer nos últimos anos, pelo que as livrarias tradicionais ainda têm valor de existência. O que importa é saber como atrair mais leitores para sua livraria”, referiu Anson.

 

Adicionar mais elementos culturais à livraria é uma das soluções para atrair mais entusiastas da cultura locais. A Pin-to Livros realiza regularmente actividades, incluindo lançamento de música e sessão de leitura, entre outros. Anson sublinhou que organizar concerto é uma das actividades características da nossa livraria. Já convidámos músicos do Japão, de Taiwan e do Interior da China para partilharem as suas obras ou opiniões sobre a música. As sessões contam sempre com muitos interessados, mesmo que a entrada não seja gratuita e o local só tenha capacidade para 20 a 30 pessoas. Dou grande importância à boa realização de cada actividade com os recursos limitados da livraria. Depois mudamos a loja para o novo local, realizam-se iniciativas de diversas formas todos os meses, no sentido de interagir com a comunidade e, simultaneamente, atrair mais leitores.

 

Estabelecer editora e descobrir escritores locais

 

Ao longo destes anos, a única intenção de Anson tem sido partilhar o melhor com as pessoas de Macau e oferecer-lhes uma escolha diversificada de livros, contribuindo para o melhoramento o território. O livreiro mantém silenciosamente esta aspiração inicial por 13 anos.

 

Questionado sobre planos para o futuro, Anson revelou que, para além de continuar a trabalhar na livraria tradicional, ainda queria estabelecer uma editora. “Esperamos que possamos ter livros lançados pela nossa própria editora, descobrir mais escritores potenciais locais e ajudá-los a publicar suas obras. Actualmente, a livraria Pin-to Livros já tem seguidores da Malásia, Singapura, Taiwan, Hong Kong e do Interior da China, entre outros, pelo que esperamos que as obras de literatura com características de Macau possam ser apreciadas por leitores de diferentes locais através da nossa plataforma. Isso faz muito sentido”, acrescentou.