Yi-Hsin Lin

Formado na Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS) da Universidade de Londres. Vive e trabalha actualmente em Londres como escritor. Lin fez curadoria de pintura para o Museu Vitória e Alberto, bem como para o Museu Britânico. É também professor de Arte Chinesa na Christie’s Education e colabora com várias revistas de arte em língua chinesa.


Pioneira das semanas de arte asiáticas: Asian Art in London

12a edição | 12 2015

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Nos últimos anos, a arte asiática tem tido um impacto mundial enorme, e muitas cidades na Europa e nos Estados Unidos, tais como Nova Iorque, Paris e Bruxelas, acolheram feiras e exposições de arte de grande dimensão, atraindo um enorme número de visitantes. Entre estas mostras artísticas, as semanas de arte chamaram muita atenção, principalmente a Asian Art in London (AAL). Criada em 1998, a mostra já se realiza há 18 anos, e tem desfrutado de uma forte reputação graças ao sucesso do seu marketing e das principais ofertas, sendo reconhecida tanto pelo sector como pelos apaixonados da arte. Como pioneira das semanas de arte asiáticas, a AAL tornou-se num excelente modelo para aqueles que desejam seguir os mesmos passos.


Tudo sobre a Semana de Arte


Em geral, uma semana de arte não pode acontecer sem intervenientes-chave, como uma comissão organizadora, um presidente e um gestor de projecto. Tomemos a AAL como exemplo. Os membros da comissão organizadora são líderes das galerias de arte asiática e antiquários em Londres, o que, de facto, acabou por determinar o carácter comercial do evento. Desde então, esta conhecida semana de arte realiza-se anualmente entre finais de Outubro e princípios de Novembro, durante o agradável Outono britânico. Com esta longa história, a AAL tornou-se num evento obrigatório para os amantes de arte. Além disso, como as galerias no centro de Londres estão espalhadas pela rua Kensington Church, St James’s e Mayfair, a organização escolheu deliberadamente alargar o horário das exposições e realizar vernissages nestas galerias, de forma a aproveitar a circulação pedestre e trazer à cidade uma sinergia entre as acções de marketing.


Colaboração além do negócio


Os participantes que interessam à AAL vão além do sector profissional, e incluem grupos culturais, instituições terciárias, museus públicos e organizações de arte privadas. Como este é o Ano de Intercâmbio Cultural entre a China e o Reino Unido, a organização decidiu juntar-se ao governo. As actividades até foram presididas pela família real, o que ajudou a reforçar a imagem e a cobertura noticiosa destes projectos. Mais, instituições como a Biblioteca Britânica, o Museu Britânico e o Museu Victoria & Albert são os parceiros oficiais da AAL. No âmbito da promoção da educação, a Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres e as academias da Christie’s e da Sotheby’s também lançaram os seus próprios cursos de avaliação de arte, dando a oportunidade à comunidade de se envolver e aprofundar o seu conhecimento sobre a arte asiática. A variedade dinâmica de actividades da AAL nessa semana agitada trouxe uma dimensão interessante à feira de arte, e é um indicador de uma visão moderna nas artes criativas.


Perspectivas para Macau


O Museu de Arte de Macau juntou-se em 2001 a várias organizações culturais e museus na China, como é o caso do Museu Palácio (Cidade Proibida), em Pequim, e o Museu de Xangai, organizando todos os anos em Outubro uma série de extraordinárias exposições de grande escala e importantes seminários sobre artes tradicionais chinesas. Através do planeamento rigoroso da organização, conquistaram seguidores fiéis no exterior. Este pode ser um incentivo para a realização de uma Semana de Arte de Macau. Se as galerias privadas locais e as lojas de antiguidades puderem assumir o comando, envolvendo mais organismos públicos e escolas, bem como organizações artísticas e culturais ligadas aos sectores do cinema, teatro, música, design ou literatura, certamente poderemos antecipar uma programação muito interessante para essa semana!