Yi-Hsin Lin

Formado na Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS) da Universidade de Londres. Vive e trabalha actualmente em Londres como escritor. Lin fez curadoria de pintura para o Museu Vitória e Alberto, bem como para o Museu Britânico. É também professor de Arte Chinesa na Christie’s Education e colabora com várias revistas de arte em língua chinesa.


Muitas possibilidades para o desenvolvimento da arte: o exemplo de Londres

10a edição | 10 2015

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As exposições deste ano em pleno Verão de Londres são sensacionais – desde a tradicional Feira Internacional de Artes e Antiguidades Olympia, passando pela sofisticada Masterpiece London, até às feiras de arte organizadas por galerias e lojas de antiguidades em Mayfair e St. James’s. Esta série de eventos de arte comercial não atrai apenas pessoas da indústria da arte, mas também impulsiona a economia. O crescimento dos negócios de arte indica que Londres, uma cidade com uma história longa e vibrante, está determinada a manter-se como centro mundial das artes.


Antigas feiras encantam


Reconhecida como uma das mais prestigiadas e consagradas feiras de arte e de antiguidades, a Feira Internacional de Artes e Antiguidades Olympia ainda dá as boas-vindas aos visitantes com elegância, embora esteja a enfrentar desafios colocados por organizações artísticas emergentes. Este ano, 160 negociantes apresentaram joalharia, pintura, mobília e adereços, tanto peças antigas como contemporâneas. Em destaque nesta feira estiveram peças de arte modernas/contemporâneas a preços acessíveis e direccionadas para compradores de classe média. A organização também colaborou com a revista HALI na apresentação de vendedores asiáticos de tapetes no evento, de forma a oferecer aos visitantes mais escolhas de estilo oriental.


Nova feira vende


Fundada apenas há seis anos, a Masterpiece London é agora a grande estrela do mundo das artes, e está a expandir-se com sucesso ao mercado ocidental de arte e antiguidades de luxo. Com o tema “Arte | Antiguidades | Design”, a Masterpiece London dá ênfase ao cruzamento de colecções e à diversificação. Os visitantes podem encontrar antiguidades de África, obras-primas do Ocidente criadas por antigos mestres, mobiliário com um design contemporâneo, joalharia de luxo, carros de grandes marcas, iates – tudo isto em apenas uma feira de arte. A organização quer desafiar a ideia tradicional que existe da colecção de arte, introduzindo novos modelos de negócio e oferecendo aos compradores uma experiência completamente nova em que podem adquirir tudo num só lugar.


Cooperação no negócio


Ao longo dos anos, os museus, galerias, lojas de antiguidades e casas de leilões de Mayfair e St. James’s, na baixa londrina, transformaram-se num pólo especial de arte e cultura. No ano passado, o centenário Brown´s Hotel e os comerciantes da área criaram o evento Brown’s London Art Weekend para reforçar as vendas. As mais de 100 lojas que participaram neste evento mantiveram as portas abertas ao longo do fim-de-semana para atrair mais visitantes. O evento foi um grande êxito, já que coincidiu com o pico da temporada dos leilões e a época turística do Verão em Londres.


A Semana de Arte de Londres, que coincidiu com a Brown’s London Art Weekend, é um evento de arte co-organizado por mais de 40 galerias e três casas de leilões. Foi lançado em 2013, combinando os recursos da Master Drawings & Sculpture Week e da Master Paintings Week. Este ano, a organização foi subsidiada pelo Governo e patrocinada por privados, na esperança de alcançar reconhecimento internacional e um recorde de vendas.


Aprender com os melhores


Os exemplos referidos demonstram que os diversos eventos de arte em Londres pretendem alcançar diferentes grupos de consumidores (coleccionadores de arte com menor e maior poder de compra).  Organizar feiras de arte com características locais e com a presença de negociantes locais é uma forma criativa de promover a arte. Nos anos mais recentes, Macau tem sediado várias exposições de arte, tornando-se numa promessa do mercado de arte asiático. A experiência londrina pode ajudar a indústria da arte de Macau a perceber como utilizar da melhor forma o capital artístico, criar valor de mercado e, a longo prazo, constituir o singular “Modelo de Macau”.