Chai Kefu: cooperar com diferentes artistas e permanecer intacto na era próspera da Internet

12 2018 | 30a edição
Texto/tRisty Chang

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Chai Kefu é um artista musical e músico local de Macau. Chai Kefu começou a tocar desde o liceu e decidiu estudar música no Instituto Politécnico de Macau. Durante esse período, investiu grande energia não apenas na criação de música, mas também aplicando as suas capacidades profissionais na indústria educativa. Chai Kefu trabalhava antes como professor e trouxe a sua música e performance para as salas de aula. Chai Kefu é também o gerente da Warm Wall, uma editora discográfica independente em Macau. Nos últimos dois anos, ele tem utilizado plataformas digitais para promover os seus trabalhos. O seu primeiro EP, Jennifer, foi lançado digitalmente.


Trabalhar com plataformas com diferentes vantagens


Chai Kefu trabalha com diferentes plataformas: trabalha com a Bandcamp para vender a sua música e coloca a sua música em plataformas de streaming como a Apple Music, o Spotify, etc. “Como artista, tenho em conta qual é a melhor plataforma para promover a minha música. Por isso, a escala da base de utilizadores é um indicador a considerar”, explica. “Além disso, se uma plataforma realmente gostar do trabalho de um artista, irá apoiá-lo. Isso também estimula a cooperação.”

 

Chai Kefu também acredita que, na era digital, é muito fácil perder algumas boas informações e músicas, porque somos esmagados por tudo aquilo que vemos e ouvimos. É por isso importante que os artistas musicais tenham uma visão detalhada do mercado ao escolher uma plataforma para publicação. “Hoje podemos ter acesso à música com muita facilidade. Se um artista simplesmente coloca a sua música na Internet e a deixa lá, não vai funcionar. É muito fácil que a sua música passe despercebida aos utilizadores na era da Internet.”


Igualdade para editoras e artistas musicais


Antes de a publicação digital se tornar popular, os artistas de música precisavam de assinar contrato com uma editora para publicar os seus álbuns. A Internet revolucionou todo o sector. Hoje, cada utilizador pode ter acesso a música através de múltiplos canais. Eles já não dependem de produtos físicos como o CD para ouvir música. Essa mudança também alterou a relação entre os artistas e as editoras. “Tanto os artistas quanto as editoras precisam pensar em como promover a sua música online e atrair o público”, diz Chai Kefu. Sejam as grandes editoras, pequenos ou médios selos editoriais, editores ou artistas, todos querem que a sua música receba a exposição que eles esperavam ter.

 

Na perspectiva de Chai Kefu, a relação entre os artistas e as editoras evoluiu para uma parceria na qual ambas as partes precisam de algo uma da outra. Por outras palavras, não há hierarquia. Hoje em dia, os artistas da indústria musical podem contornar as editoras e lançar as suas músicas directamente através de plataformas digitais. Tudo o que eles precisam é criar uma conta e fazer o upload da música. Do lado das editoras, elas precisam de mais talentos musicais que possam criar música de qualidade. “Os artistas e as editoras têm a mesma palavra a dizer aqui. Olhando para esta cooperação, as duas partes precisam de algo que não têm uma da outra. Neste caso, ambos as partes estão a fazer o seu trabalho e juntas podem criar concertos e promover a música.”


Originalidade é crucial para a música


Não há dúvida de que as plataformas digitais fizeram a música mais acessível, tornando mais conveniente para os utilizadores partilhar músicas e interagir entre si e com os artistas. No entanto, existem dois lados desta realidade. “Quando artistas desta indústria estão a criar música, enfrentam dois cenários. Eles podem optar por permanecer originais e autênticos, ou seguir a preferência do público e fazer música que possa chamar a atenção”, explica Chai Kefu. “Há muitas canções de sucesso de que ainda nos lembramos hoje. Por exemplo, temos Gangnam Style de PSY, Trance Baby Meow, Kiss Kiss Kiss, etc. Estas músicas provocaram discussões entre os utilizadores e chamaram a atenção. Mas continua a ser discutível se estas canções são de qualidade.”

 

Para chamar a atenção dos utilizadores, um artista da indústria musical que seja dedicado e apaixonado por criar músicas originais também precisa entender bem o mercado, as relações públicas, a gestão de equipas e o planeamento de projectos, além de saber como fazer boa música.


Trabalhar com diferentes artistas na era digital


Quando questionado sobre o impacto da tendência de publicação digital nos artistas musicais, Chai Kefu reflecte sobre o actual ecossistema da indústria musical de Macau. “Estritamente falando, Macau não tem um mercado musical totalmente local”, diz Chai Kefu, falando da perspectiva de um trabalhador da indústria que se dedica a promover a música local. “É muito importante pensar em como motivar o público local a procurar activamente saber mais sobre a cultura musical da cidade e a cultivar um património cultural.”

 

Chai Kefu frequenta actualmente um mestrado em artes performativas em Taiwan. O seu plano futuro é lançar um álbum de canções de um grupo coral de crianças em cantonense. “Estas crianças são meus alunos. As canções integrarão música pop, música clássica e elementos experimentais”, diz, esperando quebrar os estereótipos do público face aos coros infantis. Para isso, ele está também a convidar diferentes artistas musicais para trabalhar em conjunto nas músicas e encontrar maneiras criativas de apresentar a música ao público.