Wong Kwok Wing: O valor da dança abre um caminho a herdar

10 2017 | 23a edição
Texto/Sunny e Jason Che

Wu Chi Kit:De pintor a operador para iniciar um novo desafio nas indústrias culturais e criativas   Leong Hin Kei: Dando sempre grande importância aos sonhos


Wong Kwok Wing (Sunny) integrou o meio da dança por 33 anos, tendo começado por se juntar ao corpo de bailarinos da TVB e sendo actualmente o coreógrafo de estrelas como Aaron Kwok, Kelly Chan, etc. Os seus passos de dança têm influência tanto em Hong Kong como em Macau e ele tem veiculado a cultura da dança junto dos mais jovens, promovendo o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas locais.

 

A estrela que apresentou a cultura da dança a Macau

 

Desde 1984, quando começou a dançar, Sunny experimentou uma mudança: de bailarino em programas de entretenimento televisivo para coreógrafo profissional, carreira que iniciou em 1992. No início, trabalhou como freelancer, obtendo alguns trabalhos de coreografia em concertos, festas e actuações de cantores. Posteriormente, fundou a sua própria empresa e participou em coreografias em eventos de grande dimensão. A riqueza dessas experiências práticas estabeleceu sólidas bases para a abertura da sua primeira escola de dança.

 

Foi assim que, há dez anos, surgiu a Dance Union, em Hong Kong, um estabelecimento que procura descobrir talentos com potencial, tendo dado à indústria excelentes novos bailarinos. Sunny introduziu o seu modelo de formação em Macau há três anos, gerindo a Dance Union Macau em parceria com a Chessman Entertainment Production Co., Ltd. (doravante denominada “Chessman”), que tem muitos cantores de Macau e actuações em diversos lugares. O método de cooperação pode proporcionar uma formação mais profissional aos bailarinos em Macau, permitindo-lhes criar mundos diferentes e próprios em palcos locais ou noutras regiões.

 

Ter um grande objectivo e actuar em palcos maiores

 

Sunny encoraja a geração mais jovem citando Michelle Barrie Williams, entretanto falecida: “Dançar é um trabalho algo duro, mas, desde que goste dele, uma pessoa deve seguir o seu sonho e criar uma vida a que chame sua”. O bailarino espera que a abertura da escola de dança crie mais espaço em Macau para que as novas gerações experimentem coisas diferentes e melhorarem as suas capacidades.

 

Nesse âmbito, Sunny contratou um coreógrafo profissional estrangeiro e organizou uma equipa com artistas qualificados, esperando que os alunos se tornem talentosos em sapateado, dança chinesa, dança de salão, dança latina, etc. Além disso, levou bailarinos de Macau a participar em performances e grandes competições para melhorarem as suas capacidades. “Como bailarino profissional, eu devia saber dançar qualquer coisa. Se queremos estar neste sector, devemos ter muitos recursos e cada capacidade deve estar bem desenvolvida, para garantir boas actuações”, diz Sunny.

 

Macau tem talentos que podem proactivamente promover o desenvolvimento da indústria

 

Sunny descobriu que Macau tem talentos e muitas pessoas com vontade de aprender a dançar. No entanto, actualmente, há poucos bailarinos e formadores a tempo inteiro. Na sua opinião, na maioria dos casos, artistas de outras regiões são chamados para cabeças-de-cartaz e, não obstante haja uma procura para actuações de grande dimensão, os bailarinos locais têm poucas oportunidades de actuar em palco e o ambiente de trabalho dificilmente pode ser impulsionado sem que a indústria funcione em cadeia. Portanto, parcerias com empresas de entretenimento local podem proporcionar um palco mais amplo para que pessoas com nobres aspirações mostrem aquilo de que são capazes. Ele planeia também aproveitar mais oportunidades de actuação para os formandos de Macau e quer assegurar-lhes uma participação proactiva em espectáculos em Hong Kong ou no interior da China, de modo a formar mais bailarinos a tempo inteiro. Sunny espera igualmente que os bailarinos de Macau reforcem a sua cooperação e a consciência da concorrência, para promoverem o desenvolvimento da indústria e criarem oportunidades de a fazer prosperar.

 

Comparando com as áreas adjacentes, poucos locais de Macau acolheram grandes eventos de dança e a diversidade de estilos também foi pouca. Como tal, Sunny está disponível para colaborar com a Chessman e com outras entidades para organizar programas de competição de dança que popularizem a cultura, a criatividade e o entretenimento. Com o apoio e a divulgação de parceiros em todos os círculos, é possível construir uma melhor plataforma e uma melhor atmosfera de desempenho, de modo a que as novas gerações se sintam tentadas a participar, permitindo que um crescente número de pessoas de Macau saiba que a dança não é apenas um desporto saudável mas também uma indústria cultural promissora. “Queremos alimentar a chama e ir além do círculo de entretenimento e de Macau, permitindo que cada bailarino aproveite o palco do sonho”, conclui.