Macau – O Poder da Imagem: A Cultivar Talentos de Cinema e TV para Macau

06 2016 | 15a edição
Texto/Jason Leong, Lei Ka Io e Leo Lei

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O programa Macau – O Poder da Imagem, organizado pelo Centro Cultural de Macau, está atingir a sua décima edição, tendo dado origem a um total de 49 produções de vídeo e cultivado gerações de talentos de cinema e TV, por exemplo através da produção de documentários, e contribuído para o desenvolvimento de Macau. Albert Chu Iao Ian, presidente duma das entidades organizadoras Associação Audio-Visual Cut, pensa que as produções e os talentos de Macau têm capacidades para se tornarem internacionais, faltando apenas oportunidades e experiência.

 

Criada em 1999, a Associação Audio-Visual Cut destina-se a promover o desenvolvimento do cinema contemporâneo de Macau. Ao longo dos anos, cultivou vários talentos cinematográficos locais e organizou intercâmbios com o exterior. Os três episódios da série Macao Stories, que retratam Macau de um modo profundo, foram produzidos pela Associação Audio-Visual Cut e receberam reconhecimento internacional. Como ponto de partida, Chu Iao Ian espera promover o desenvolvimento da indústria cinematográfica de Macau através da sua associação. Desde 2007, a Cut tem organizado o programa Macau – O Poder da Imagem com o Centro Cultural de Macau, para cultivar talentos das próximas gerações.

 

Macau – O Poder da Imagem está dividido em três categorias: Documentário, Curtas-Metragens de Ficção e Animação, que depois se subdividem pelos níveis Iniciado, Livre e Avançado. O limite e o subsídio para cada um dos níveis são diferentes. No nível Avançado de Documentário, o subsídio pode chegar às MOP 200.000,00. A possibilidade de passar de um nível para outro tornou-se uma motivação para cineastas amadores. “Havia apenas produções de documentário no começo, porque não envolvem tanto apoio profissional. As cenas e os actores podem ser encontrados na vida real, e o aspecto financeiro é mais manejável. Apenas mais tarde se introduziu gradualmente a animação e a ficção, e a competição tornou-se mais diversificada”, diz Chu.

 

Não é tarefa fácil chegar à fase final de avaliação e à projecção pública do filme. Todo o processo leva cerca de um ano, com três fases de avaliação, incluindo a formulação da proposta, a discussão e a produção com uma equipa de profissionais da organização. O projecto final será apenas projectado no Centro Cultural depois de estar terminado. Apesar do processo árduo, a competição gerou de modo directo vários talentos na área do cinema em Macau, tais como Lam Kin Kuan, com quem falamos neste número, e a realizadora do I’m Here, Chio Ian Sin. Eles são a prova de que Macau pode produzir talentos de excepção, e que esta competição tem um papel na sua criação.

 

Agora no seu nono ano, a competição desenvolveu naturalmente um sistema maduro, mas as perspectivas depois da projecção no Centro Cultural – por exemplo, os passos necessários para que os filmes sejam projectados em festivais de cinema no exterior – ainda carecem de apoio. Chu acredita que o governo pode passar de um tipo de promoção passiva em jornais e outros meios de comunicação para uma abordagem activa a festivais de cinema internacionais no exterior, ou criar um roteiro de escolas para projecção dos filmes, permitindo que pessoas de mais proveniências desfrutem das melhores produções de Macau.

 

“A primeira edição da competição coincidiu com a liberalização da indústria de jogo em Macau, e a maior parte dos trabalhos exploraram as mudanças na sociedade; até agora, que as coisas já estão mais estabelecidas, os temas das produções tornaram-se mais diversificados. Os documentários são interessantes no sentido em que contêm ao mesmo tempo elementos ficcionais e autenticidade. Olhando para as produções de há dez anos, é possível conhecer a paisagem social de Macau e o significado histórico daquele momento. Foi por isso que insisti na produção de documentários”, refere Chu.