Pin-to Livros: fiel defensora da edição independente

04 2015 | 4a edição
Texto/Si Wong, Wong Io Man, Ling Lui, Xu Yuehua

Chau Ka Lai: “O mercado editorial local ainda está subdesenvolvido”     Promover a literatura de Macau lá fora

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Apesar de serem um elemento fundamental na edição de obras, as livrarias ainda rareiam em Macau. Poucas reconhecem a importância do armazenamento e promoção das obras de autores locais. A livraria independente Pin-to Livros, com casa no Largo do Senado, é bem conhecida pelo trabalho desenvolvido na promoção da literatura de Macau.

 

Nas prateleiras desta livraria, encontra-se uma vasta gama de publicações independentes de autores de Macau. Livros como Why Macau?, publicado pela Yun Yi Arts & Cultural Communications Association, da autoria de um grupo de expatriados em Macau e emigrantes que regressaram ao território, destacam-se neste espaço.

 

Dawn Cheung, gerente da Pin-to Livros, sublinha que o mercado editorial em Macau ainda é dominado pelo governo e por organizações, dada a elevada quantidade de obras que publicam. A Fundação Macau, por exemplo, publica anualmente vários livros académicos, mesmo que este tipo de obras não tenha capacidade competitiva nem de vendas. “A gestão da edição não se faz em Macau de forma muito profissional e não existem praticamente editores comercialmente bem-sucedidos”, diz Cheung.

 

A livraria aposta sobretudo na venda de publicações independentes. Segundo Cheung, as obras de escritores locais são bastante requisitadas pelos turistas do Interior da China, ao passo que livros como Why Macau? são mais procurados por visitantes de Hong Kong. O último livro de Chau Ka Lai, Cruel Story of Youth, vendeu mais de 200 cópias, alcançando o topo da tabela de bestsellers da livraria. O fundador da Pin-to Livros, Anson Ng, admite, porém, que estes números são muito invulgares—a venda da maioria das obras não ultrapassa as dezenas de exemplares.

 

Com os livros electrónicos a ganharem terreno, livrarias virtuais, como é o caso da books.com.tw, começaram a competir com os espaços tradicionais vendendo livros publicados no estrangeiro. “Estes livros electrónicos e livrarias online com um preço competitivo têm um efeito adverso nas livrarias tradicionais. Pode observar que mesmo a Eslite, uma rede de livrarias de Taiwan, depende de outros meios para apoiar as vendas. Seja qual for o local onde se encontrem, estas livrarias independentes e editoras devem primeiramente encontrar uma forma de sobreviver e manter a competitividade”, diz Ng. Mas, apesar de tudo, o responsável olha para o mercado de forma optimista. “Em Macau existem recursos suficientes para apoiar a cena editorial local e a prova disso é o número de feiras literárias que se organizam. A chave do sucesso está na forma como mobilizamos esses recursos.”