ZA Magazine

12 2017 | 24a edição
Texto/Jasper Hou

Phoenix Skyscape   SD MEDIA


A ZA Magazine foi fundada por Nicky Ho. Nicky escreve críticas de álbuns de música, e através disso conseguiu fazer amizades ligadas à paixão pela escrita. Através delas, ele viu o potencial da Internet, e decidiu investir o seu dinheiro para estabelecer uma marca na Internet. Essa é a história da génese da ZA Magazine. A media da Internet junta pessoas apaixonadas pelas indústrias culturais e criativas, desde editores, escritores a profissionais da tecnologia. Após cinco anos de altos e baixos, a ZA Magazine tornou-se numa das revistas de Internet mais emblemáticas que focam a arte e cultura em Macau.

 

Uma plataforma que ajuda a cultivar talentos das indústrias culturais e criativas

 

Como uma das poucas agências de media auto-sustentadas financeiramente em Macau, a ZA Magazine investe muito esforço em ajudar a potenciar o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas, apesar dos seus recursos limitados. Além de promover o trabalho de escritores locais, a ZA Magazine também selecciona alguns escritores com potencial e oferece contratos de contribuidor a longo prazo. O trabalho destes escritores aparece regularmente na ZA Magazine, chegando a ter a sua própria coluna. O conteúdo da revista é diversificado, o que dá mais liberdade aos autores para produzir conteúdos. “Por volta de 70% do conteúdo da ZA Magazine é sobre Macau, incluindo a música, informação turística, livros e pinturas em Macau, etc. Uma razão para fazermos isto é querermos dar aos autores uma plataforma para expressar as suas ideias,” disse Nicky.

 

As celebridades de Hong Kong e Macau estão a trabalhar em equipa

 

Uma característica que a ZA Magazine oferece aos seus leitores são entrevistas exclusivas e produções de vídeo com celebridades. A ideia original é que o pessoal da revista tente chamar algumas celebridades através dos seus meios, e a partir daí mais celebridades de Hong Kong e Macau juntar-se-iam, uma após outra. A revista conseguiu concretizar isto ao não convidar celebridades mais populares, mas sim algumas um pouco menos conhecidas. Nicky acredita que, apesar de as celebridades mais admiradas terem a fama, já foram entrevistadas e são faladas regularmente em publicações em Hong Kong e Macau, o que significa que não há muito mais para escrever sobre elas. Em contraste, celebridades que não tenham tanta exposição seriam uma mina de ouro para notícias frescas, já que o público pode eventualmente ter contacto com elas através de alguma produção mas não tem muita informação sobre elas. Esta abordagem acabou por atrair a atenção do mercado e teve um efeito positivo. A realidade mostra que Nicky tinha razão. No presente, a ZA Magazine é a revista online local focada em arte, cultura e estilo de vida mais representativa. Com a plataforma estabelecida pela revista, as celebridades também têm a oportunidade de explorar o mercado de Macau. É um resultado mutuamente benéfico.

 

Realizando conquistas e transformações

 

É quase um milagre que uma organização auto-financiada e sem fins lucrativos consiga prosperar dentro de cinco anos em Macau. Além do glorioso sucesso que tem no presente, a revista online também teve os seus solavancos. A perda de fontes de contribuição de artigos, a diminuição do mercado da imprensa em papel, a competição por parte de empresas grandes, entre outros, fez com que fosse difícil para a ZA Magazine prosperar. A principal causa dessa crise de mercado é o declínio do mercado em papel. A ZA Magazine teve de encontrar uma saída, e a chave foi explorar novas formas de media e um mercado mais abrangente, o que a levou a uma transformação. Para a concretizar, a ZA Magazine desenvolveu muitos esforços. No presente também produz filmes curtos e análises de dispositivos tecnológicos, manutenção de mobília e truques para facilitar a vida, tentando atrair mais leitores ao fortalecer a interacção com o público.

 

Raízes em Macau e as vozes de mentes jovens

 

Nicky afirmou que os jovens talentos das indústrias culturais e criativas de Macau têm de criar raízes antes de ramificar, e essa raíz é Macau. Ele apela aos jovens que continuem a explorar Macau para encontrar o seu charme, e que descubram novos recursos. Também é a missão da ZA Magazine descobrir mais histórias interessantes aqui em Macau. Além disso, Nicky acredita que os trabalhadores das indústrias culturais e criativas de Macau precisam de limpar as suas ideias e pensar concretamente sobre a direcção que querem tomar. Precisam de ter um plano para o seu produto e criar valor industrial, acrescentou. “Muitas lojas abriram, e muitas não tiveram sucesso. Isto é o que eu tenho visto nos ultimos dois anos. Então, o que tem faltado no mercado é criar um plano detalhado, e levá-lo à concretização. Muitas pessoas falharam porque não estavam preparadas,” disse Nicky, acreditando que uma ideia de negócio cultural e criativa tem de ser estruturada com um plano completo, caso contrário não contribuirá para atingir a industrialização.