Handy Garden: dicas para o funcionamento online de pequenos negócios

10 2015 | 10a edição
Texto/Yuki Ieong e Lam Kuan Long

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Handy Garden: dicas para o funcionamento online de pequenos negócios

 

“As plataformas da internet podem tornar as marcas locais mais conhecidas, mas não são garantia de receitas”, diz Aster Lam, responsável pela Handy Garden, uma marca que personaliza joalharia de metais preciosos para os clientes.

 

A Handy Garden é uma oficina que trabalha à mão metais preciosos. Desde a fusão, fundição, polimento, ao mosaico, pode levar-se mais de dez horas a fazer um anel de prata pura. Aster partilha o processo e os bastidores do fabrico dos acessórios com os seus clientes através das redes sociais. “Relações à distância, confissão de sentimentos, presentes para os primogénitos, entre outros. Existe uma história singular por trás de cada acessório”, diz.

 

É fácil encontrar no Facebook lojas que vendam produtos variados feitos à mão, já que as redes sociais são as principais plataformas para a promoção dos pequenos negócios de Macau. Não existem muitas oficinas que desenhem e personalizem metais preciosos em Macau, e essa é a especialidade da Handy Garden. Aster é professora a tempo inteiro e, depois do emprego, passa muito tempo a trabalhar na sua oficina. Discute o design com os clientes e organiza cursos de produção de objectos de prata. Aster publica na internet imagens dos produtos e fotografias dos cursos, e o efeito promocional online é significativo—um ou dois em dez dos clientes são de Hong Kong ou de Taiwan. Mas Aster confessa que é necessário muito tempo para responder às reservas online, discutir estilos e explicar custos. A responsável ouviu falar da possibilidade de se candidatar a um apoio financeiro para lançar o seu próprio website, caso assumisse o seu negócio como sendo criativo e cultural, mas acabou por não concorrer por falta de experiência na área do marketing online e por não estar familiarizada com o funcionamento dos websites.

 

Antes de abrir a oficina, Aster estava à frente de uma das bancas da Feira da Taipa, e os estrangeiros estavam entre os seus clientes. Manteve o contacto com estes clientes estrangeiros através da internet. Aster inaugurou a oficina há mais de um ano e o negócio já estabilizou com um volume de reservas satisfatório. Aster acredita que os websites especializados não se adequam aos consumidores criativos e culturais de Macau. “Uma das razões é que a população de Macau não apoia as marcas locais e pensa que estas não têm valor de consumo. As pessoas pensam que as marcas estrangeiras são melhores e, por isso, apenas os produtos criativos e culturais são apoiados mutuamente por aqueles que trabalham na indústria. A população de Macau está disposta a comprar produtos de designers de outros países, mesmo que não sejam famosos”.

 

Aster acrescenta que as compras online ainda não têm muita saída em Macau. A maioria dos consumidores ainda prefere olhar directamente para um produto antes de tomar uma decisão. “A mera publicação de fotos dos acessórios na internet sem que sejam dadas instruções ou que sejam produzidos pessoalmente não é o suficiente para reter clientes”, diz. Aster acredita que a oficina tem conseguido sobreviver apenas porque os metais preciosos têm o seu próprio valor, e porque conseguiu combinar estes metais com as histórias reais dos clientes.

 

Aster ainda depende das redes sociais como plataforma de promoção e acredita que o bom vinho dispensa pregão—mesmo não fazendo parte de um grupo ou organização local de designers, os seus produtos vão continuar a atrair clientes desde que faça um bom trabalho. Aster nota que há bastantes plataformas digitais que reúnem designers de Hong Kong. Além de fazerem a actualização dos produtos dos designers na internet, também organizam frequentemente eventos, tais como mercados criativos e culturais, permitindo aos designers interagirem directamente com os clientes e estimulando o consumo. As plataformas criativas e culturais de Macau ainda estão numa fase em que fornecem apenas informação. “Apenas considerarei desenvolver o meu próprio website se no futuro ainda tiver a ambição de trabalhar fora de Macau”.